Parte I
Medalha de ouro nos juros. |
Os atos praticados
pelos bancos com a conivência do Banco Central do Brasil, por tabela do governo
federal, são verdadeiros crimes de lesa Pátria, porque reina a liberdade e a
impunidade aos bancos.
A Nova República
começa seu período extorquindo os depositários de cadernetas de poupanças nos
planos econômicos Verão e Collor, a criatividade foi pagar a menor os índices
de correção da inflação, gerando com isto perdas significativas aos milhares
poupadores, as perdas de suas economias.
A Nova República é excelente para os banqueiros |
Fica evidente que não
temos a Segurança do Direito.
Reveja: a matéria de
set/2007 da Salete Lemes - demitida da TV Cultura, por ter dito a verdade, na
ditadura dizer a verdade nós trás conseqüências na vida profissional e pessoal,
sei como é isto, passei por isto, os delinquentes não gostam de ouvir as
verdades sobre eles, como o regime é do crime, vale a palavra deles.
O Juro aos
Consumidores, é outro roubo praticado pelos bancos, apesar dos bancos
trabalharem com o dinheiro dos clientes que fazem poupanças, mesmo a
remuneração destas poupanças serem praticamente o índice da inflação, os bancos
cobram juros abusivos dos usuários do cheque especial (250%aa) e do cartão de
crédito (360%aa), são os juros mais caros do Planeta, adicione ainda as tarifas
bancárias que os bancos nos cobram.
Assista: a matéria do
Bom Dia Brasil de 28/05/2015.
Mas isto não é tudo, o principal desta modalidade do
crime de Lesa Pátria, veremos no que escreveu Adriano Benayon, a insanidade por
querer tudo que é do Brasil, não para, vai dos roubos nas correções de índices
as jazidas minerais, é a total vassalagem dos governantes da Nova República.
Vamos aos fatos desta
26ª postagem:
Jorge Barreto
A globalização é um
estágio de maior intensidade da dominação econômica e política mundial,
caracterizado pela produção expatriada, ou seja, pelo controle crescente da
economia em quase todo o mundo por um grupo cada vez menos numeroso de empresas
e bancos transnacionais.
Isso já existia
antes, mas não era generalizado e abrangia somente, e em parte, a finança e
serviços públicos, como eletricidade, gás e transportes e o planejamento e a
construção da respectiva infra estrutura. A globalização foi acelerada com o
uso de avanços tecnológicos nos transportes e nas comunicações, inclusive
informática.
Desde antes de 1700,
a oligarquia financeira sediada em Londres tem puxado os cordéis dos
acontecimentos políticos na maior parte do mundo. Esse império, quase absoluto
até em torno de 1915, passou então a ser partilhado por grupos
norte-americanos, mas ligados à City de Londres. Esta, ademais, faz parte do
grupo de banqueiros que passou, desde 1914, a controlar a então criada Junta de
Reserva Federal dos EUA (FED), com profundos e quase absolutos poderes sobre a
finança dos EUA.
Um parêntesis: as
pessoas postas no governo brasileiro esmeram-se em imitar os centros mundiais
em matéria de desindustrialização, favorecendo as importações com políticas de
juros, cambial e comercial suicidas. Por outro lado, não cuidam de trazer
ganhos financeiros para o Brasil: ao contrário, o sistema financeiro daqui é
organizado para que os ganhos fluam para o exterior.
ESCRAVIZAÇÃO ATRAVÉS DA DÍVIDA PÚBLICA
As cifras
espantosas da dívida.
Em junho de 2008, nº 43, A
Nova Democracia publicou o artigo de minha autoria, “Perdas com o serviço
da dívida”.
Mostrei então que a União,
despendeu de 1988 a 2007, R$ 4,5 trilhões no serviço das dívidas interna
e externa, em valor atualizado a preços de 2007, por juros, encargos e
amortizações, não contadas a rolagens. A fonte dos dados, em preços correntes,
é a SIAFI, STN (Secretaria do Tesouro Nacional, despesas da União por grupo).
Acrescentando a despesa de
2008 e 2009, e atualizando tudo em preços de dezembro de 2009, o gasto
acumulado, de 1988 a 2009, com o serviço da dívida ascendeu a R$ 5,7
trilhões.
Note-se a assustadora
velocidade de crescimento desse serviço, que já havia sido recorde em 2007 com
R$ 244 bilhões. A elevação foi de 15% de 2007 para 2008 (R$ 280 bilhões) e de
35% de 2008 para 2009 (R$ 380 bilhões), em preços correntes.
Pergunto: quem teve aumentos
anuais nesses percentuais sendo assalariado ou como empresário pequeno ou
médio? A propósito, eu havia esquecido de fazer a mesma pergunta no artigo do
mês passado, “Brincando à beira do abismo”, A Nova Democracia nº 63, março
de 2010, em que descrevi a ininterrupta escalada dos lucros dos bancos em
atividade no Brasil, de 1995 a 2010.
Bancos,
juros, SELIC
Não é difícil explicar a coincidência entre o aumento dos lucros dos
bancos e o aumento dos gastos da União com a dívida pública federal. De fato, há um elo entre as duas
coisas: as taxas de juros, no Brasil as mais altas do mundo, como é
notório.
A fim de colaborar com a
CPI, cujo corpo técnico procura suscitar a instalação de comissão permanente na
Câmara dos Deputados para realizar a auditoria da dívida, o Engenheiro Luiz
Cordiolifez exaustivo levantamento das operações de títulos do Tesouro com taxa
SELIC, de 1986 a 2009. Suas tabelas apontam conclusões estarrecedoras, como
esta: a aplicação de uma unidade de moeda em junho de 1986 à taxa SELIC resultaria
no fantástico número de 14,45 bilhões. Claro que raros se beneficiaram
sempre da SELIC, que superava a taxa de inflação, mesmo quando esta era
estratosférica. Muitos, muitíssimos, muitas vezes, foram lesados, como os
confiscados pelo Plano Collor e os prejudicados pelos demais planos, a cada
troca de moeda.
Não que os bancos só
obtenham lucros aplicando, em títulos da dívida pública e para ganho próprio, o
dinheiro que as pessoas neles depositam. Também auferem muito, sugando diretamente as pessoas físicas e jurídicas que deles precisam
para tomar créditos, pois nesse caso as taxas são astronômicas, como, por
exemplo, no cheque especial.
Estados e
municípios
Falando em juros dessa
ordem, por incrível que pareça, os Estados e os Municípios pagam à União juros
extorsivos, ainda mais altos que os propiciados aos aplicadores financeiros
bafejados pela generosidade (com o dinheiro alheio) do Banco Central e do COPOM
(Comitê de Política Monetária, controlado pelo Banco Central).
O contador João Pedro
Casarotto expôs, na CPI em curso na Câmara dos Deputados, os diversos ônus que
incidem sobre as dívidas dos Estados e Municípios. Entre esses está a correção
monetária por meio do IGP-DI, que tem superado em muito os índices de preços ao
consumidor. Vale citar este flash do resultado disso:
“Em valores de dezembro de 2008, os Estados
receberam R$ 184,98 bi, pagaram R$ 119,49 bi e ainda estão devendo R$ 320,25
bi. Um formidável subsídio dos Estados para a União de R$ 254,76 bilhões, o que
se explica por ter o Governo Federal da época tratado o empréstimo como
...reles operação bancária comercial.”
A “renegociação” das
dívidas dos estados e municípios (1997/1998) é uma das incontáveis bombas
destruidoras, de efeito retardado, deixadas no País pela famigerada
administração tucana, por ordem do FMI, Banco Mundial et caterva (i.e.,
bancos estrangeiros ditos credores). Na ocasião, as dívidas estaduais foram
assumidas pela União.
As
múltiplas sangrias
Resumindo a dinâmica da
agiotagem, o povo brasileiro é
extorquido diretamente pelos juros quando toma empréstimos, usa cheque
especial ou qualquer outra forma de credito, e indiretamente, pagando
impostos cuja arrecadação escorre pelo ralo da dívida pública nos três níveis
da Federação.
Por cúmulo, mesmo com a
altíssima carga tributária, equivalente a 35,8% do PIB (era de 23,7% em 1989,
tendo aumentado 51%), os brasileiros não contam com serviços públicos dignos
desse nome, não só porque os ainda providos, em tese, pelo Estado têm caído em
qualidade, mas também porque parte substancial deles foi privatizada.
Essa é outra bomba
destruidora, montada pela tucanagem e
mantida pelos petistas, não menos hipócritas. A privatização resultou em
que se adicionem à carga tributária imposta pelo setor público as tarifas
abusivas, e sempre em aumento, cobradas pelas empresas transnacionais que se
apropriaram das concessões. Essas concessionárias quase nada investem; fazem,
em geral, cair ainda mais a qualidade dos serviços; e devastam recursos
naturais inestimáveis, como acontece com a água.
Não bastasse a exação
através dos juros do crédito (1), a dos impostos pagos aos governos federal,
estadual e municipal (2), a das tarifas dos serviços públicos (3), há ainda a
dos preços de oligopólio dos bens e serviços pagos às empresas ditas
produtivas, das quais as principais estão, hoje, quase todas, sob controle
estrangeiro (4).
Um dos exemplos mais
acintosos desse deboche são os preços dos automóveis: o consumidor brasileiro
paga pelo mesmo carro - fabricado no Brasil - o dobro do preço dele no
exterior, por exemplo, na Argentina e no México. Essa diferença de 100% corresponde, quase toda, a lucros dos
oligopólios, aumentados pelas inúmeras isenções e vantagens à exportação dadas
pelo “governo”, sem falar nos subsídios à produção, inclusive taxas de juros favoráveis
por conta do BNDES.
O ininterrupto crescimento dos lucros
dos bancos constitui um seriado da categoria horror. Recapitulando: em
junho de 2011, publiquei o artigo “Os lucros dos bancos crescem sem parar”, onde
se lê:
“Nos oito anos de FHC, a média anual
de crescimento real dos lucros dos bancos foi 11%, acumulando 230% em oito
anos. De 2003 a 2007, ela foi 12%, acumulando 176% em 5 anos. De 2003 a 2010
os lucros dos cinco maiores bancos - Itaú, Banco do Brasil, Bradesco,
Santander e Caixa Econômica Federal - elevaram-se de R$ 11,1 bilhões para R$
46,2 bilhões, em sete anos. Elevação sustentada, à média de 17,7% ao ano,
ou seja, 313%. Em termos reais (correção pelo IPCA): 12,1 % aa., acumulando
222%.”
Adriano Benayon é Doutor em Economia pela Universidade de
Hamburgo.
Autor de “Globalização versus Desenvolvimento”, editora Escrituras .