sábado, 1 de agosto de 2015

Globalização - Crime de Lesa Pátria / Modalidade Juros / Divida Brasileira

Parte I

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Medalha de ouro nos juros.
          Os atos praticados pelos bancos com a conivência do Banco Central do Brasil, por tabela do governo federal, são verdadeiros crimes de lesa Pátria, porque reina a liberdade e a impunidade aos bancos.

          A Nova República começa seu período extorquindo os depositários de cadernetas de poupanças nos planos econômicos Verão e Collor, a criatividade foi pagar a menor os índices de correção da inflação, gerando com isto perdas significativas aos milhares poupadores, as perdas de suas economias.

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A Nova República é excelente para os banqueiros
          Muitos recorrem ao judiciário brasileiro, foram promovidas milhares de ações judiciais, mesmo decorrido quase 30 anos estas ações então nas prateleiras do judiciário, aguardando a palavra final do STF, muitos já nem estão mais entre nós, nem a lei que prioriza aos mais de sessenta anos, é respeitada.

          Fica evidente que não temos a Segurança do Direito.

Reveja: a matéria de set/2007 da Salete Lemes - demitida da TV Cultura, por ter dito a verdade, na ditadura dizer a verdade nós trás conseqüências na vida profissional e pessoal, sei como é isto, passei por isto, os delinquentes não gostam de ouvir as verdades sobre eles, como o regime é do crime, vale a palavra deles.



          O Juro aos Consumidores, é outro roubo praticado pelos bancos, apesar dos bancos trabalharem com o dinheiro dos clientes que fazem poupanças, mesmo a remuneração destas poupanças serem praticamente o índice da inflação, os bancos cobram juros abusivos dos usuários do cheque especial (250%aa) e do cartão de crédito (360%aa), são os juros mais caros do Planeta, adicione ainda as tarifas bancárias que os bancos nos cobram.

          Assista: a matéria do Bom Dia Brasil de 28/05/2015.


          Mas isto não é tudo, o principal desta modalidade do crime de Lesa Pátria, veremos no que escreveu Adriano Benayon, a insanidade por querer tudo que é do Brasil, não para, vai dos roubos nas correções de índices as jazidas minerais, é a total vassalagem dos governantes da Nova República.

          Vamos aos fatos desta 26ª postagem:
                                            Jorge Barreto

 A globalização é um estágio de maior intensidade da dominação econômica e política mundial, caracterizado pela produção expatriada, ou seja, pelo controle crescente da economia em quase todo o mundo por um grupo cada vez menos numeroso de empresas e bancos transnacionais.
 Isso já existia antes, mas não era generalizado e abrangia somente, e em parte, a finança e serviços públicos, como eletricidade, gás e transportes e o planejamento e a construção da respectiva infra estrutura. A globalização foi acelerada com o uso de avanços tecnológicos nos transportes e nas comunicações, inclusive informática.
 Desde antes de 1700, a oligarquia financeira sediada em Londres tem puxado os cordéis dos acontecimentos políticos na maior parte do mundo. Esse império, quase absoluto até em torno de 1915, passou então a ser partilhado por grupos norte-americanos, mas ligados à City de Londres. Esta, ademais, faz parte do grupo de banqueiros que passou, desde 1914, a controlar a então criada Junta de Reserva Federal dos EUA (FED), com profundos e quase absolutos poderes sobre a finança dos EUA.
 Um parêntesis: as pessoas postas no governo brasileiro esmeram-se em imitar os centros mundiais em matéria de desindustrialização, favorecendo as importações com políticas de juros, cambial e comercial suicidas. Por outro lado, não cuidam de trazer ganhos financeiros para o Brasil: ao contrário, o sistema financeiro daqui é organizado para que os ganhos fluam para o exterior.
ESCRAVIZAÇÃO ATRAVÉS DA DÍVIDA PÚBLICA

As cifras espantosas da dívida.

 Em junho de 2008, nº 43, A Nova Democracia publicou o artigo de minha autoria, “Perdas com o serviço da dívida”.

 Mostrei então que a União, despendeu de 1988 a 2007, R$ 4,5 trilhões no serviço das dívidas interna e externa, em valor atualizado a preços de 2007, por juros, encargos e amortizações, não contadas a rolagens. A fonte dos dados, em preços correntes, é a SIAFI, STN (Secretaria do Tesouro Nacional, despesas da União por grupo).

 Acrescentando a despesa de 2008 e 2009, e atualizando tudo em preços de dezembro de 2009, o gasto acumulado, de 1988 a 2009, com o serviço da dívida ascendeu a R$ 5,7 trilhões.

 Note-se a assustadora velocidade de crescimento desse serviço, que já havia sido recorde em 2007 com R$ 244 bilhões. A elevação foi de 15% de 2007 para 2008 (R$ 280 bilhões) e de 35% de 2008 para 2009 (R$ 380 bilhões), em preços correntes.

 Pergunto: quem teve aumentos anuais nesses percentuais sendo assalariado ou como empresário pequeno ou médio? A propósito, eu havia esquecido de fazer a mesma pergunta no artigo do mês passado, “Brincando à beira do abismo”, A Nova Democracia 63, março de 2010, em que descrevi a ininterrupta escalada dos lucros dos bancos em atividade no Brasil, de 1995 a 2010.
Bancos, juros, SELIC

 Não é difícil explicar a coincidência entre o aumento dos lucros dos bancos e o aumento dos gastos da União com a dívida pública federal. De fato, há um elo entre as duas coisas: as taxas de juros, no Brasil as mais altas do mundo, como é notório.

 A fim de colaborar com a CPI, cujo corpo técnico procura suscitar a instalação de comissão permanente na Câmara dos Deputados para realizar a auditoria da dívida, o Engenheiro Luiz Cordiolifez exaustivo levantamento das operações de títulos do Tesouro com taxa SELIC, de 1986 a 2009. Suas tabelas apontam conclusões estarrecedoras, como esta: a aplicação de uma unidade de moeda em junho de 1986 à taxa SELIC resultaria no fantástico número de 14,45 bilhões. Claro que raros se beneficiaram sempre da SELIC, que superava a taxa de inflação, mesmo quando esta era estratosférica. Muitos, muitíssimos, muitas vezes, foram lesados, como os confiscados pelo Plano Collor e os prejudicados pelos demais planos, a cada troca de moeda.

 Não que os bancos só obtenham lucros aplicando, em títulos da dívida pública e para ganho próprio, o dinheiro que as pessoas neles depositam. Também auferem muito, sugando diretamente as pessoas físicas e jurídicas que deles precisam para tomar créditos, pois nesse caso as taxas são astronômicas, como, por exemplo, no cheque especial.

 Estados e municípios

 Falando em juros dessa ordem, por incrível que pareça, os Estados e os Municípios pagam à União juros extorsivos, ainda mais altos que os propiciados aos aplicadores financeiros bafejados pela generosidade (com o dinheiro alheio) do Banco Central e do COPOM (Comitê de Política Monetária, controlado pelo Banco Central).

 O contador João Pedro Casarotto expôs, na CPI em curso na Câmara dos Deputados, os diversos ônus que incidem sobre as dívidas dos Estados e Municípios. Entre esses está a correção monetária por meio do IGP-DI, que tem superado em muito os índices de preços ao consumidor. Vale citar este flash do resultado disso:

Em valores de dezembro de 2008, os Estados receberam R$ 184,98 bi, pagaram R$ 119,49 bi e ainda estão devendo R$ 320,25 bi. Um formidável subsídio dos Estados para a União de R$ 254,76 bilhões, o que se explica por ter o Governo Federal da época tratado o empréstimo como ...reles operação bancária comercial.

 A “renegociação” das dívidas dos estados e municípios (1997/1998) é uma das incontáveis bombas destruidoras, de efeito retardado, deixadas no País pela famigerada administração tucana, por ordem do FMI, Banco Mundial et caterva (i.e., bancos estrangeiros ditos credores). Na ocasião, as dívidas estaduais foram assumidas pela União.

As múltiplas sangrias

 Resumindo a dinâmica da agiotagem, o povo brasileiro é extorquido diretamente pelos juros quando toma empréstimos, usa cheque especial ou qualquer outra forma de credito, e indiretamente, pagando impostos cuja arrecadação escorre pelo ralo da dívida pública nos três níveis da Federação.

 Por cúmulo, mesmo com a altíssima carga tributária, equivalente a 35,8% do PIB (era de 23,7% em 1989, tendo aumentado 51%), os brasileiros não contam com serviços públicos dignos desse nome, não só porque os ainda providos, em tese, pelo Estado têm caído em qualidade, mas também porque parte substancial deles foi privatizada.

 Essa é outra bomba destruidora, montada pela tucanagem e mantida pelos petistas, não menos hipócritas. A privatização resultou em que se adicionem à carga tributária imposta pelo setor público as tarifas abusivas, e sempre em aumento, cobradas pelas empresas transnacionais que se apropriaram das concessões. Essas concessionárias quase nada investem; fazem, em geral, cair ainda mais a qualidade dos serviços; e devastam recursos naturais inestimáveis, como acontece com a água.

 Não bastasse a exação através dos juros do crédito (1), a dos impostos pagos aos governos federal, estadual e municipal (2), a das tarifas dos serviços públicos (3), há ainda a dos preços de oligopólio dos bens e serviços pagos às empresas ditas produtivas, das quais as principais estão, hoje, quase todas, sob controle estrangeiro (4).

 Um dos exemplos mais acintosos desse deboche são os preços dos automóveis: o consumidor brasileiro paga pelo mesmo carro - fabricado no Brasil - o dobro do preço dele no exterior, por exemplo, na Argentina e no México. Essa diferença de 100% corresponde, quase toda, a lucros dos oligopólios, aumentados pelas inúmeras isenções e vantagens à exportação dadas pelo “governo”, sem falar nos subsídios à produção, inclusive taxas de juros favoráveis por conta do BNDES.

 O ininterrupto crescimento dos lucros dos bancos constitui um seriado da categoria horror. Recapitulando: em junho de 2011, publiquei o artigo “Os lucros dos bancos crescem sem parar”, onde se lê:
“Nos oito anos de FHC, a média anual de crescimento real dos lucros dos bancos foi 11%, acumulando 230% em oito anos. De 2003 a 2007, ela foi 12%, acumulando 176% em 5 anos. De 2003 a 2010 os lucros dos cinco maiores bancos - Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal - elevaram-se de R$ 11,1 bilhões para R$ 46,2 bilhões, em sete anos. Elevação sustentada, à média de 17,7% ao ano, ou seja, 313%. Em termos reais (correção pelo IPCA): 12,1 % aa., acumulando 222%.”
Adriano Benayon é Doutor em Economia pela Universidade de Hamburgo.

Autor de “Globalização versus Desenvolvimento”,   editora Escrituras.