Vamos aos
fatos.
Jorge Barreto
O FIO DA MEADA -
capítulo VI
“DESTRUIÇÃO DAS CLASSES PRODUTORAS E DESABASTECIMENTO”
“O BRASIL VAI IMPORTAR US$ 3 BILHÕES EM
GRÃOS NO PRÓXIMO ANO”
“Safra
de 98 deverá ser insuficiente”
(Folha
de São Paulo 04/11/97 pg. 5-8)
“O
Brasil vai importar US$ 3 bilhões em grãos no próximo ano. Estagnada desde 96, a
safra brasileira não atenderá a demanda de grãos, principalmente trigo, arroz e
milho.
No
começo da década a Argentina colhia 30 milhões de toneladas. Em 98, deverá colher 50
milhões de toneladas.
Aqui
a área plantada caiu de 42 milhões de ha, em 89, para 36 milhões de ha. hoje.
A
abertura desenfreada do mercado levou o país, que já foi auto-suficiente em
trigo, a importar em média, 5 milhões de toneladas ano. Em 98 deve importar 6
milhões de toneladas, segundo o economista Fernando Homem de Melo, da USP.
A
safra de algodão também despencou nos últimos anos. Agora é a vez do milho,
que deve ter a menor área plantada dos últimos 12 anos no Brasil.”
“VESPEIRO
GLOBAL”
(Joelmir
Beting - Estado de São Paulo - 03/10/97 - pg. B2)
“A
representante de comércio da Casa Branca, Charlene Barshufsky, deu nomes e
números aos bois da deslealdade comercial. O Canadá, União Européia, Japão e
Austrália. Em todos esses litígios, os nobres produtos da agropecuária.
Mercado mais protegido (e subsidiado) do Primeiro Mundo.”
“CLINTON
QUER RESTRINGIR A IMPORTAÇÃO DE ALIMENTOS”
(Estado
03/10/97 - pg. B11)
“O
Brasil pode ser prejudicado pela iniciativa, que visa proteger produtores
americanos de frutas através de barreiras fitosanitárias.” (No caso, o projeto
frutícula do Vale do São Francisco será prejudicado.)”
“O
CORDEIRO É SEMPRE O CULPADO”
(O
Estado de São Paulo - 10/11/97 - pg. A3)
“Washington
quer a queda das barreiras alheias, mas sustenta o próprio protecionismo.”
“CRISE
NA AGRICULTURA CORTOU 3 MILHÕES DE EMPREGOS”
(Agência
Estado - 25/10/97)
“O
Setor Agrícola é o maior empregador do País, somente com as atividades dentro
das fazendas, a agropecuária responde por 26% dos postos de trabalho. A perda de 8 milhões de hectares de
terras entre 89 e 93 expulsou do meio rural cerca de 3 milhões de pessoas
(dados da SEADE - Sistema Estadual de Análise de Dados). A recuperação de 2
milhões de hectares ano de lavouras e o surgimento de fruticultura em 100 mil
hectares por ano são metas viáveis que podem assegurar a criação de, pelo
menos, 1 milhão de empregos por ano, diretos e indiretos.”
“PLANO
SIGILOSO PREVÊ ASSENTAR 1 MILHÃO”
(Folha
de São Paulo - 27/10/97)
“Meta
da proposta é para 2002 e vai integrar a campanha para a reeleição de FHC. O Ministro Raul Jungmann (Política
Fundiária) prepara proposta para assentar 1 milhão de famílias de trabalhadores
até 2002 a um custo de R$ 16,2 bilhões.”
“Para
se reeleger, FHC promete assentar 1 milhão”
(fls.
1-6 Folha de São Paulo - 27/10/97)
“GRANDE
VITÓRIA DA GUERRILHA NO PARANÁ”
(O
Estado de São Paulo 16/09/97 - pg. A3)
“A empresa agro-industrial ARAUPEL
emprega 1,4 mil trabalhadores registrados e contrata outros mil terceirizados.
Emprega
o dobro do número de famílias que reivindicam suas terras. A Araupel exporta
US$ 32 milhões de produtos de madeira, produz com lavoura mecanizada US$
5milhões em cereais e US$ 1 milhão em erva mate, respondendo por 52% do ICMS recolhido
no Município de Quedas do Iguaçu. Mesmo assim, os líderes do MST consideram
a empresa uma “aberração”. Até aí, nada de surpreendente, considerando a
doutrinação maoista disseminada pelo MST e o fato de que esses líderes jamais
terão ascendência sobre trabalhadores registrados. O caso “Araupel” não é
isolado. É apenas um exemplo de algo que está ocorrendo no País.
É
dos governos (Est. e Fed.) que se espera uma resposta. O que esses governos preferem?
Empreendimentos privados que geram empregos, receita e divisas, ou
assentamentos que absorvem o dinheiro público, em geral sem produzir praticamente
nada, a não ser dividendos políticos, atraindo novos acampamentos num círculo
interminável de pobreza, atraso e violência”.
Na análise datada de
15 de janeiro de 1997, no estudo crítico “O FIO DA MEADA” considerou-se
o seguinte:
“Diante das agruras e
perseguições a que são submetidos, os agropecuaristas, com certeza, deixarão de
investir na atividade e breve veremos o maior país agrícola do mundo importando
alimentos, à custa de endividamento.”
Infelizmente, em razão
do despreparo ou má-fé do Governo FHC, as projeções negativas
estão se concretizando. É bom marcar que o setor agrícola é sensível e
dinâmico. As decisões erradas acarretam prejuízos em curto prazo (seis meses).
O noticiário compilado
acima, informa o seguinte:
O “Brasil vai importar
US$ 3 bilhões em arroz, milho e trigo, no ano de 1998;
que a agropecuária é o mercado mais
protegido (subsidiado) do Primeiro Mundo; ao contrário do Brasil, onde
Fernando Henrique quer destruir os empregadores com a reforma agrária;
que o setor agrícola é o maior empregador do
País, empregando 26% da força de trabalho no Brasil;
que a crise agrícola cortou 3 milhões de
empregos, em razão da perda de 8 milhões de hectares da área plantada desde
1989. Crise agravada por falta de política agrícola, custo de capital
incompatível com a atividade e ataque aos agropecuaristas por parte do MST e do
Governo, através do INCRA, autarquia usurpada da sociedade por elementos
comprometidos com determinada ideologia (fracassada no leste europeu), que a
utilizam com nítidos objetivos pessoais, e que transformaram um órgão público
em “cartório de reforma agrária”, comprometendo a sua imparcialidade. Em razão
disso, os chamados “laudos de produtividade” são falsificados por agrônomos que
incentivam as invasões de fazendas, visivelmente, produtivas. O MST e o INCRA
têm como alvo as fazendas de pecuária extensiva, cuja produção é estratégica
por não concorrer na cadeia alimentar do homem. No Brasil produz-se proteína
vermelha apenas com a luz do sol e com capim. Os capitais internacionais
ligados ao Agro-business, pretendem que o Brasil confine gado para importar
mais milho e outros grãos, criando um fabuloso mercado consumidor de 160
milhões de reses;
que a solução é expandir a fronteira agrícola
para criar empregos, e não a reforma agrária. O projeto frutícula do Vale do
São Francisco, já está sendo combatido pelo governo americano, que criou
medidas para dificultar a importação de frutas pelos EUA;
que para se reeleger, FHC promete assentar
1 milhão de pessoas, ao custo de 16 bilhões (mentira, porque segundo a FAO, só
o assentamento custa US$ 42.000 por lote, fora os custos dos imóveis);
que a guerrilha maoista é vitoriosa no
Paraná e em outras regiões, por culpa do Governador Jaime Lerner e do próprio
Fernando Henrique Cardoso, que apoiam a guerrilha através do INCRA e do
Ministro Jungmann (PPS), favorecendo o agrobusiness internacional (principalmente
o americano), porque O INVASOR DE TERRAS É ELEMENTO DELETÉRIO AO PROCESSO
PRODUTIVO NACIONAL;
que a reforma agrária não produz nada, a
não ser, dividendos políticos, desemprego, pobreza, atraso, violência e,
principalmente, o DESABASTECIMENTO dos centros urbanos;
que o Primeiro Mundo subsidia a
agropecuária e que Clinton quer restringir a importação de alimentos,
principalmente frutas, através de barreiras fitosanitárias, prejudicando a
pauta de exportação de produtos agrícolas.
Da observação
superficial do noticiário, depreende-se que o Governo Federal está
provocando o desemprego no país e prejudicando a produção agropecuária, ao
apoiar o MST e promover a reforma agrária, que é utópica e
antieconômica, porque cria uma sociedade de pequenos patrões de si
mesmos, que vivem do erário, ao invés de criar empregos. Fernando
Henrique, com essa política antieconômica, que favorece a concorrência
internacional, desestrutura a produção agropecuária, segmento econômico que
exportou US$18 bilhões de dólares em 1997 e que emprega, diretamente, 26% da
força de trabalho do Brasil.
A reforma agrária
contraria os interesses do Brasil, entre outros motivos, porque
o minifúndio inviabiliza o abastecimento, além de não criar empregos,
desestruturar o sistema produtivo existente, inibir investimentos na
agricultura e perenizar o assistencialismo. O papel sócio-econômico do campo é
produzir alimentos para garantir o abastecimento, apreços compatíveis com o
poder aquisitivo da sociedade. Esse papel estratégico só poderá ser cumprido
com tecnologia e redução de custas de produção, nunca com multidões famélicas
na enxada, como pretendem os pareceres da reforma agrária.
O demagógico e falso
objetivo da reforma agrária vem inibindo os investimentos na agropecuária desde
o governo Sarney, provocando o encolhimento da área cultivada em 25%, o
desemprego de 3 milhões de trabalhadores rurais, e o consequente
desabastecimento dos centros urbanos, que culminou com a necessidade de
importar US$ 3 bilhões em arroz, milho e trigo. A lógica não explica a
persistência do governo FHC em apoiar o desagregamento do sistema produtivo de
alimentos no país, além de desestabilizar os outros setores da economia.
O Pontal do
Paranapanema, antes região riquíssima está em violenta decadência em razão da
guerrilha, do MST e da ameaça constante do INCRA e do ITESP desapropriarem
fazendas, ilegalmente. A região tem solo arenoso, não se prestando para a
agricultura, porque a aração constante provoca erosão e o consequente
empobrecimento do solo, além de assorear a represa da Usina de Itaipú.
O Ministro Paulo
Renato, companheiro de exílio de FHC no Chile, era abastecido
de alimentos por seu irmão, fazendeiro no Rio Grande do Sul, que
mensalmente ia ao Chile de caminhonete para levar-lhe comida. O Chile de
Alliende vivia rigoroso racionamento de alimentos, em razão de desastrosa
reforma agrária, promovida pelo governo marxista, que desabasteceu o país.
Hoje, o Chile voltou a exportar alimentos, inclusive para o Brasil.
Fernando Henrique
viveu isso, portanto, não pode ignorar o que está provocando!!
Quem se beneficia da
“ação” do Presidente da República são os exportadores de alimentos do Primeiro
Mundo e os grupos financeiros, industriais e mineradoras internacionais, que
elegeram o Brasil como “território de caça fácil”.
Desde que assumiu a
Presidência da República, Fernando Henrique tudo vem fazendo para submeter a
Nação aos interesses internacionais. Provocou o déficit na balança comercial,
incentivando importações, ao mesmo tempo que aumentava
a taxa de juros e mantinha a moeda artificialmente equiparada ao dólar, debilitando,
com isso, as classes produtoras. “Queimou”, nessa “política”, mais de
US$ 30 bilhões em reservas cambiais sólidas, oriundas de saldo comercial,
substituindo-as por capital estrangeiro especulativo, atraído pelas altas taxas
de juros e pelo valor, relativamente baixo, das cotações nas Bolsas de Valores
e de Mercadorias.
Essa seqüência de
“providências”, favoráveis ao capital estrangeiro, vulnerabilizou o Brasil
aos ataques especulativos internacionais, no recente episódio da queda das
cotações das Bolsas de Valores, a partir de Hong Kong.
Para simular
resistência aos ataques internacionais à nossa economia, o Presidente FHC
aumentou, ainda mais, os juros e os impostos, mas, sintomaticamente, manteve
a isenção de impostos para remessas de lucros e capitais para o exterior.
Com essas medidas,
claramente recessivas, FHC está dando o “tiro de misericórdia” nas empresas
nacionais, agravando o desemprego e fulminando a economia brasileira.
Para “maquiar” o
desemprego resultante, promete reforma agrária, semeando o caos no país,
favorecendo, com isso os inimigos comerciais do país.
A indústria nacional
foi vendida a grupos estrangeiros, o desemprego aumenta, a fronteira agrícola
encolhe e o país importa US$ 3 bilhões em
alimentos. Os próprios banqueiros estão vendendo seus negócios para
instituições européias. A Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM)
tenta vender a concessão da maior mina de Nióbio do Mundo, localizada no Parque
Nacional do Pico da Neblina (que avaliou em 1 trilhão de dólares) por 600 mil
reais, mesmo estando essa mina a 70 Km da fronteira com a Venezuela e, portanto,
sujeita a ações militares estrangeiras; especialmente, se a concorrência
for vencida por Mineradoras Multinacionais ou seus “testas de ferro”.
É bom marcar, que a
Venezuela hoje é o terceiro maior fornecedor de Petróleo para os Estados Unidos,
país que não tem Nióbio, e mantém bases militares no Suriname. Além disso, o
presidente Hugo Chaves abertamente defende os interesses da City de Londres e é
o coordenador militar do foro de São Paulo, que congrega toda a
narcoguerrilha da América Latina, fato que põe em risco a segurança das
Américas.
ONDE ESTÁ O PROJETO
BRASIL?
Está nítido que o
Presidente da Republica, consciente ou inconscientemente, está trabalhando
contra os interesses do Brasil, fato que consubstancia risco à segurança
nacional.
São Paulo, 11 de
novembro de 1997
GRUPO DAS BANDEIRAS
ANTÔNIO JOSÉ RIBAS
PAIVA
Presidente
OBS: Os ataques terroristas aos Estados Unidos,
ocorridos no dia 11 de setembro de 2001, evidenciaram os riscos para a
Segurança das Américas e a necessidade de alianças soberanas para a maior
eficácia na guerra ao terrorismo.
A implantação do “Plano Colômbia”,
americano, contra a narcoguerrilha e a guerra eficaz ao terrorismo nas
Américas, necessitam, portanto, da aliança soberana dos EUA com o Brasil, porque
a guerra ao terrorismo é de frente difusa, dependente de alianças
regionais, com governos Nacionalistas autênticos.
São Paulo, 24 de
novembro de 2005
GRUPO DAS BANDEIRAS
ANTÔNIO JOSÉ RIBAS
PAIVA
Presidente