
Nos meus quatro anos de convívio no
Estado do Mato Grosso do Sul, estive muito próximo dos assentados, portanto,
sei muito bem do que estou escrevendo, vi de muito perto o que ocorre dentro do
INCRA.

Vamos aos fatos.
Jorge Barreto
OBS.: Atualmente, a
tese absurda de Reforma agrária no Brasil naufragou, porque o superávit do
agronegócio (40 bilhões de dólares por ano), garante o pagamento dos juros da
dívida externa e porque a segurança alimentar do Primeiro Mundo depende da
saudável produção agrícola brasileira (boi verde livre do mal da vaca
louca). (setembro de 2005).
O FIO
DA MEDA
“GUERRA COMERCIAL À PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA”
“MELHOR MERCADO”
(Alberto Tamer - O ESP 12-12-1996)“
As exportações
americanas para os países da Ásia e do Pacífico, de U$ 193
bilhões este ano, criaram 3,8 milhões de empregos nos Estados
Unidos. E excedem em, pelo menos, U$ 50 bilhões as vendas para a Europa. São
dados do Departamento de Comércio dos EUA. Ele estima que, para cada
bilhão exportado, se criam no país 20 mil empregos. Daí a prioridade que
o Governo vem dando a essa região.”
“PANELA NO IMPASSE”
(Joelmir Beting - O ESP - 12-12-1996)
“Os Estados Unidos”
já respondem por 23% do comércio agrícola mundial, com exportações anuais
de U$ 58 bilhões na média dos anos 90.”
“Campeões do protecionismo
na economia rural, os europeus tentam
esvaziar até mesmo a agenda de 1999 da OMC. A Europa mal consegue sustentar
compromissos de abertura firmados com os Estados Unidos no Acordo de Blair
House. A delegação americana continua primando pela ambiguidade nessa
abrasiva matéria: o discurso é de abertura, o recurso é de fechadura.”
“ITR, IMPOSTO DE 3% SOBRE O FATURAMENTO AGRÍCOLA”
(Fernando Homem de Melo - Prof. USP, pesquisador FIPE - O ESP –
16-12-1996)
“Praticamente ao mesmo
tempo, ou pouco depois, da aprovação da isenção do “ICMs” nas exportações de
produtos primários e semi-elaborados em setembro último, o governo conseguiu
aprovar três mudanças tributárias de grande e negativo impacto sobre o setor
agrícola:
- A CPMF, a partir de
20/1/97
- A contribuição
previdenciária rural (MP 1523, de 11 de outubro de 1996)
- O ITR (MP 1529 de 19
de novembro de 1996)
Em especial, ele,
inteiramente, desconsidera os enormes custos pagos pelo setor agropecuário com
o plano Real, por meio dos efeitos negativos das “âncoras” monetária e cambial
ao longo de 1995.”
“O M.S.T.” (O ESP - 12-01-1997)
José Pedro Estedile,
“coordenador” nacional do MST, declarou ao Jornal o ESP de 12-01-1997 (Caderno
Especial), que “a produção agrícola nacional deve limitar-se ao mercado
interno. Afirmou, ainda, ser desnecessária a exportação de produtos agrícolas”.
Esse objetivo do MST revela que o intento de seus membros é colaborar
com os produtores agrícolas da América e Europa, na preservação de seus
mercados internacionais. A traição fica mais evidente, quando se
observa que os “donativos” para a esquerda brasileira vêm da América e da
Europa. O “Pedro Gaúcho” ainda afirmou à reportagem, de forma
desassombrada, que “por enquanto não seria necessário temer o MST, isso acontecerá
mais tarde.”
“A GUERRA SUJA DA CIA”
(Mário Chimanovich - Isto É - 15-01-1997)
“O muro de Berlim
caiu, a “guerra fria” terminou, mas tudo indica que a guerra suja continua.
Seus objetivos, agora seriam eminentemente econômicos, e para serem alcançados
afetam setores políticos, desestabilizando-os, se isso for necessário. É
nessa nova realidade que se encaixa a tese, que vem circulando na espionagem
européia e latino-americana: a CIA teria arquitetado o golpe dado no dia 17
de dezembro último, pelo grupo guerrilheiro TÚPAC-AMARU, em Lima, Capital do
Perú, contra a representação diplomática japonesa naquele país. Mais, a CIA
também estaria por trás do vazamento de informações sobre a contaminação do
Centro de Pesquisas Nucleares de ARAMAR.”
Ressalte-se que o MST
tem um antigo acampamento na fazenda Ipanema(IPERÓ), perto de ARAMAR, onde treina os soldados da guerrilha e homizia seus
integrantes processados ou, eventualmente, procurados pela polícia. Outro
centro de treinamento situa-seno município de Cajamar próximo a São Paulo.
“No caso do Peru,
segundo apurou ISTOÉ, a operação da CIA teria por objetivo desestabilizar as
relações entre Lima e Tóquio, já que o Japão tem delineada a estratégia de
transformar o país andino em sua ponta-de-lança de entrada no Mercosul. Além
disso, o Peru seria o caminho para alcançar os recursos minerais e madeireiros
da Amazônia.”
Os artigos e reportagens, parcialmente
transcritos acima, publicados desde dezembro de 1996, confirmam que a ação
do Governo na agropecuária trai os interesses da Nação, para proteger
exportadores americanos e europeus de produtos agrícolas.
De fato, FHC e sua equipe, desconsiderando que
imposto no campo é confisco na mesa, vem acuando os produtores brasileiros
de alimentos, com toda sorte de medidas contrárias à atividade:
a) juros extorsivos, incompatíveis com a
atividade agropecuária;
b) instabilidade política, permitindo à
guerrilha SENDERO-MAOISTA do MST, PT e congêneres, que invada e destrua
inúmeras fazendas. Tal prevaricação inibe o investimento no setor;
c) câmbio desfavorável e taxação das
exportações, quando todos os países subsidiam os exportadores;
d) reforma agrária - política que naufragou
em todo o mundo por contrariar princípios econômicos, comprometer o
abastecimento e socializar prejuízos, além de implementar o assistencialismo.
É bom marcar, que o Ministro Pedro Malan
residiu na América do Norte por muitos anos, fato que certamente o distancia da
realidade e dos interesses brasileiros.
Caso contrário, teria tomado providências
para adequar as medidas governamentais às necessidades inerentes à guerra
comercial. Todavia, o país continua vulnerável como antes da posse de FHC,
talvez mais, porque as exportações estão caindo em relação ao PIB.
Essa postura do Governo Federal,
aparentemente irracional, trai a Nação, na medida em que submete o
país aos interesses dos Países do Primeiro Mundo, protegendo seus mercados de
exportação, à custa das nossas potencialidades, praticada pela classe
política.
Diante das agruras e perseguições a que são
submetidos, os agropecuaristas, com certeza, deixarão de investir na atividade
e breve veremos o maior país agrícola do mundo importando alimentos da
América e Europa, a custa de endividamento. Consequentemente, o país ficará
mais vulnerável e, portanto, sujeito as maiores pressões.
Em resumo, ONG´s e países do chamado
Primeiro Mundo financiam a guerrilha rural no Brasil, sob o beneplácito do
governo FHC, com o claro objetivo de impedir, que o país concorra em seus
mercados.
Para os nossos concorrentes seria
desastroso um corredor de exportação do Brasil através do Perú, com o apoio do
Japão, país de economia complementar à Brasileira.
Essa iniciativa encurtaria em dois
terços a rota de exportação para o Oriente, desenvolveria o norte do país,
consolidando a Amazônia Brasileira e concorreria com os 193 bilhões de
dólares em exportações americanas para a Ásia. Toda a exportação de grãos
produzidos em Mato Grosso e Rondônia (23% da produção nacional) escoaria pelo
Pacífico ao invés de fazer “turismo” pelo Amazonas e pelo Atlântico, até
Roterdã!! E de lá para o Canal do Panamá.
Como a economia é o fato gerador da
história, os riscos para as economias concorrentes, explicam a fulminante
ressurreição do TUPAC-AMARU no Perú e a força política e econômica do MST no
Brasil, movimento guerrilheiro sendero-maoista, que goza de espantosa
imunidade. Contra o MST a Constituição Federal, o Código Penal e os direitos da
sociedade são letra morta, obrigando os produtores rurais a defenderem-se de
forma assimétrica, em razão do absurdo apoio que os Governos Estaduais,
Municipais e Federal darão à narcoguerrilha do MST.
Os antigos romanos, diante de algum fato
inusitado, perguntavam:
A quem interessa?
A leitura deste texto não deixa dúvidas
quanto aos interessados e seus aliados tupiniquins.
Os americanos e europeus estão corretos em
tentar defender o bem estar e o emprego no seu país. Terrível é o governo FHC
“colaborar” com isso, à custa da miséria do povo brasileiro, e graças a
fragilidade e inadequação das instituições brasileiras! A autodeterminação
político-econômica do Brasil é a única solução para essas mazelas, que mantêm a
Nação brasileira injustificadamente no terceiro mundo.
São Paulo, 15 de
janeiro de 1997
GRUPO DAS BANDEIRAS
ANTÔNIO JOSÉ RIBAS PAIVA
Presidente